Nelson Düring
Editor-chefe DefesaNet
O General-de-Exército Eduardo Villas Bôas tem tido como Comandante do Exécirto Brasileiro batalhas épicas: manter a ordem institucional, blindar a tropa ao canto dos "intervencionistas", brigar por verbas e por fim manter o Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas da sanha da área econômica do governo e polticos.
Porém, trava uma batalha pessoal, hora a hora, dia a dia, contra uma doença degenerativa, inexorável, que o atinge. Há meses os meios militares e políticos acompanham o drama pessoal do Comandante do Exército, General-de-Exército Eduardo Villas Bôas.
Situação conhecida, em Brasília, além dos círculos militares, também pelos políticos e jornalistas, e tem sido mantida fora das manchetes da imprensa.
Coube ao próprio comandante abrir o seu crítico estado de saúde em duas oportunidades. Na 15ª edição do Comandante Responde, divulgado 21 Março 2017,(ver vídeo e inclui uma saudação do DefesaNet Link) e outra em entrevista para a revista VEJA (21ABR2017).
O que era uma luta titânica de vontade, ante de sobrevivência, ao militar que após toda uma vida teve o objetivo de comandar o Exército Brasileiro e permanecer à frente dele. No ápice da carreira, ao atingir o comando, coube ao destino pregar a armadilha, que o atingiu com algo raro.
A questão até então tratada de forma respeitosa subiu alguns pontos no inflexível mundo da política quando das comemorações do Dia do Exército, 19 de Abril, teve uma queda pelo esforço ao ler importante Ordem do Dia e o calor reinante.
O General-de-Exército Eduardo Villas Bôas foi uma escolha da presidente Dilma Rousseff. Isto não o impediu de mandar duro recado ao governo afirmando que a Força não apoiaria a Decretação do Estado de Defesa (similar ao Estado de Sítio), uma medida desesperada do Palácio do Planalto de conter os protestos populares contra o governo.
“Aquilo de que mais sinto falta é não poder viajar, percorrer as nossas unidades, estar junto com a tropa, porque a nossa essência é essa. Vivo hoje procurando me equilibrar entre até onde vai meu dever de continuar lutando e permanecer no exercício do cargo e a partir de que momento passarei a atrapalhar. É algo muito sutil.” Revista Veja – O Protagonista Silencioso
A carreira dos militares é regida por uma “bíblia” chamada “Almanaque do Exército”. Ali friamente são listados por ordem de classificação, que conta desde a sua formação na Academia de Agulha Negras (AMAN). Ser o que no jargão militar é “01”, ou obter as melhores classificações nos cursos, ser o primeiro de turma é quase fundamental para acessar aos cargos de oficial-superior e ao generalato.
Aí incluem-se mais as etapas de Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO) e Escola de Comando e Estado-Maior (ECEME). Esta é fundamental para o concorrer ao generalato.
A lista dos possíveis sucessores ao atual Comandante do Exército tem um candidato natural e um popular. E os dois por motivos diversos apresentam restrições.
Simbólica entrega do bastão de Comando ao Presidente da República Michel Temer, durante a Reunião do Alto-Comando do Exército, 21 Fevereiro 2017. Foto: Beto Barata/PR
O Gen Ex Etchegoyen atualmente no Palácio do Planalto, como Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional é o candidato natural. Amigo pessoal do Gen Ex Villas Bôas e é bem quisto pela tropa. No atual momento em uma ampla tarefa de reconstrução da área de inteligência do governo assume muitas funções de relevância na Presidência.
O Gen Ex Antonio Hamilton Martins Mourão é uma figura única no atua cenário brasileiro, um general com respaldo popular. Ícone dos chamados “intervencionistas”, que pedem uma posição mais firme das Forças Armadas no atual cenário político nacional. Anteriormente era o verbalizador do Gen Ex Villas Bôas, porém se afastaram após uma pressão de políticos de esquerda (em especial PC do B, alas do PT e incluindo o próprio PSDB). A sua indicação criaria uma situação para ser explorada pela esquerda e intervencionistas permanentemente.
A ordem dos demais Generais-de-Exército constantes do Almanaque do Exército, que seguem classificados pelo ano de formação na AMAN, ao lado função atual, a lista é a classificação geral:
A – Aspirantes de 1975:
1 – Gerson Menandro Garcia de Freitas – Indicado para representação Brasileira na sde da ONU
2 – Juarez Aparecido de Paula Cunha-DCT
3– Antonio Hamilton Martins Mourão – Secretaria de Economia e Finanças
B – Aspirantes de 1976:
4 – João Camilo Pires de Campos – Assumirá o CMSE
5 – Fernando Azevedo e Silva – Ch EME
Como potenciais outsiders e certamente grandes concorrentes para 2019, são os Generais-de Exército:
C – Aspirantes de 1977
Gen Ex Edson Leal Pujol – CMS
D – Aspirantes de 1978
Gen Ex Geraldo Antonio Miotto – CMA
Caso o Presidente Michel Temer, em decisão conjunta com o Ministro da Defesa Raul Jungmann, resolva manter o Gen Sérgio Etchegoyen no GSI, abre a grande possibilidade do Gen Ex Fernando, atual Chefe do Estado-Maior do Exército. É o candidato preferencial do atual comandante para sua sucessão.
O Gen Ex Fernando Azevedo e Silva, é natural da cidade do Rio de Janeiro. Foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em 14 de dezembro de 1976 e promovido a general-de-Exército, em 31 de junho de 2014.
Comandou o 2º Batalhão de Infantaria Leve em São Vicente – SP.
Exerceu a função de Chefe de Operações do II Contingente do Brasil na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti. Como oficial-general, comandou a Brigada de Infantaria Paraquedista.
Teve atuação destacada na Presidência da Autoridade Pública Olímpica (2013 e 2014). Como Comandante Militar do Leste desempenhou, cumulativamente, a função de Coordenador Geral da Defesa de Área por ocasião da preparação e execução dos Jogos Olímpicos RIO 2016.
Mas, para militares experientes em indicações do Generalato e comandantes nenhum fator pode ser descartado.
Cabe uma pequena história do Editor de DefesaNet ao receber a indicação, de que o virtual futuro comandante do Exército, era um senhor, com um perfil discreto, polido e mais parecido com o de um pastor luterano. Não acreditamos. Pois bem, o Gen Enzo Peri foi comandante do Exército Brasileiro por oito anos.
Saudação DefesaNet (publicado dia 22 Março 2017)
DefesaNet envia os cumprimentos ao Gen Ex Eduardo Villas Boas, Comandante do Exército Brasileiro, pela sua participação no vídeo Comandante Responde Nº 15, divulgado no dia 21 Março 2017. A mensagem calma e lúcida, para falar de seu próprio drama pessoal. Fala com clareza e detalha os seus limites impostos pela doença degenerativa. Aproveita até para brincar com a situação. Coloca seu futuro à frente da Força Terrestre na pessoa do Presidente Michel Temer. Uma posição de líder que afeta não somente aos seus subordinados, mas à toda a nação brasileira. Ouçamos este vídeo que fala também de importantes questões no momento, como Reforma da Previdência e o Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas. Para a declaração particular do Gen Ex Eduardo Villas Boas veja o vídeo o tempo 10 min a 12 min. SELVA !!!!!!!!! |